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Kane & Lynch 2: Dog Days

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Novo conceito artístico pode tirar a franquia do grupo dos jogos medianos.


Kane & Lynch: Dead Men não fez feio quando deu as caras no final de 2007. Embora não tenha sido propriamente um divisor de águas dentro do estilo “shooter” em terceira pessoa, Dead Men trazia uma jogabilidade interessante e um multiplayer dos mais pitorescos. Encabeçando a coisa toda, a singular história de dois criminosos — sendo que um deles era um esquizofrênico mantido à base de remédios tarja preta.
Sabendo exatamente onde estavam os pontos fortes do primeiro jogo — mas, talvez principalmente, sabendo onde estavam os seus pontos fracos —, a Io Interactive projetou então Kane & Lynch 2: Dog Days. A ideia básica aqui é: uma nova empreitada da dupla infame, dessa vez com visuais que lembram vídeos do Youtube e uma trama liderada pelo instável Lynch. Pode dar certo? Bem, pode ser bastante original, isso sim.
A trama de Dog Days traz a sua introdução em um convite do desequilibrado Lynch que, conforme você leu acima, será agora o foco da história, não mais um mero coadjuvante “sidekick”. Lynch convida Kane para um último “trabalho” em Xangai — o que se passa algumas luas depois do final apoteótico estilo “vida ou morte” do primeiro jogo.


Segundo Lynch, o trabalho é uma moleza, e está tudo completamente acertado. É claro que isso não acontece, e o que você tem é uma primeira oportunidade de conferir a nova jogabilidade em uma clássica fase “shooter”; ou seja, uma chuva de balas. Mas, até o momento, esse não é realmente o ponto mais chamativo de Dog Days.
Gráficos By Youtube
A Io Interactive sem dúvida poderia simplesmente aparar algumas arestas, corrigir algumas falhas grosseiras na jogabilidade, e desembarcar Dog Days como mais uma sequência mediana. Ou, poderia ainda ter reinventado a franquia, desenvolvendo gráficos realmente de ponta, com texturas absolutamente dignas da atual geração.
Mas a solução adotada para Kane & Lynch 2 não foi nem uma e nem outra. A bem da verdade, a concepção adotada aqui foi menos técnica do que incrivelmente criativa. A inspiração para todo o estilo gráfico, segundo a desenvolvedora, são os vídeos criados por usuários; do tipo que se encontra no Youtube.com.
Basta conferir os dois primeiros trailers para ter a certeza da direção artística seguida pela Io. Todas as sequências de ação são mostradas como se fossem partes de um enorme vídeo amador. As texturas são tratadas para simular uma qualidade mais baixa, explosões fazem a câmera tremer e, finalmente, fontes de luz muito intensas provocam alterações na qualidade geral do vídeo.


Ou, quando você toma um tiro, o vídeo encena falta de informações, e se torna “pixealizado”. Existe um tratamento até mesmo para os famigerados “loadings”. Não, nada de minigames rápidos. O jogos simplesmente imita o “buffering” dos vídeos em streaming.
Mas, afinal, isso foi uma boa escolha? Aparentemente, sim. Além de conferir um conceito artístico único a Dog Days, a escolha da Io Interactive ainda acabou sendo providencial para esconder os gráficos não exatamente primorosos do jogo. Quer dizer, em vez de buscar uma realidade foto-realística e, dessa forma, competir com dezenas de outros título excelentes, Kane & Lynch 2 preferiu apresentar um estilo único — e, sem dúvida, mais econômico.

Atira, corre, atira novamente!
Não muito esclarecido até o momento em relação às ditas “melhorias” na jogabilidade. Entretanto, o estilo geral de Dog Days provavelmente será o mesmo: você vai atravessar 48 horas de jogo — estamos falando de realidade “in-game” aqui, ok? — conduzindo a explosiva dupla entre combates caóticos e uma série de conversações sarcásticas.
Entretanto, algo parece realmente ter passado por uma revisão geral: o sistema de cobertura. Quem jogou o primeiro Kane & Lynch deve se lembrar que a mecânica de cobertura não era nenhum primor. De mais a mais, existe agora uma nova possibilidade para quando as coisas ficarem feias: você poderá se arrastar até um local seguro, ou dar uma de mártir e se levantar para um curto momento de glória.
Modo multiplayer — Aliança Frágil
Se existia algo que realmente quebrava o ar de jogo mediano do primeiro jogo, era o seu modo multiplayer pra lá de singular. Bem, uma boa notícia: Fragile Alliance está de volta. Basicamente, a ideia aqui é um “polícia e bandido” com “regras da casa”. Você pode conduzir o seu personagem de forma mais ortodoxa. Entretanto, caso queira aumentar os seus proventos, o melhor caminho é a traição, deliberadamente matando os seus comparsas.
Só que, obviamente, existe um “porém” nessa modus operandi. Cada vez que você despacha um dos seus companheiros, ele volta na forma de um policial — um conceito bem diferente para reencarnação, sem dúvida! Ou seja, quanto mais pessoas você trai, mais difícil será continuar vivo.


Além da escola de imoralidade de Fragile Alliance, Dog Days também traz novamente a possibilidade de se atravessar todo o jogo cooperativamente. A diferença, entretanto, é que agora você também poderá fazer isso offline, em tela dividida.
Se o primeiro Kane & Lynch foi apenas um jogo mediano com alguma diversão, a nova direção adotada pela Io certamente parece ser capaz de inflar Kane & Lynch 2: Dog Days com aspirações um pouco mais altas. Em outras palavras, o excelente modo multiplayer Fragile Alliance, funcionando agora em conjunto com um novo conceito artístico, parece ser capaz de finalmente colocar os holofotes na franquia da EIDOS.
Kane & Lynch 2: Dog Days deve desembarcar em algum momento de 2010. 

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