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Inovando

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Inovando em gêneros e temas tradicionais: será que isso funciona?

Com certeza, você já deve estar cansado de ver tantos jogos parecidos rodando em seu console. Não é difícil encontrar títulos que se aproveitam de um tema exaustivamente explorado e de sucesso para tentar alcançar a mesma aclamação. E, quando o tema não é o mesmo, muitas vezes temos jogos que seguem fórmulas exatamente iguais à de outros.

Felizmente, temos algumas almas dedicadas e criativas que conseguem trazer inovação sem deixar de lado a essência de um já consagrado gênero ou tema. Não estamos falando de títulos que surgem com propostas totalmente diferentes de tudo o que você já viu, mas sim de games que apresentam novidades em temas ou fórmulas já existentes.

O fato é que, em uma indústria saturada de títulos genéricos, é sempre interessante conhecer e reconhecer jogos que realmente conseguem fazer a diferença aproveitando temas e gêneros já conhecidos. Boa parte surge por iniciativa das desenvolvedoras independentes, mas as gigantes também arriscam na inovação de velhos conhecidos, embora nem sempre acertem, como você confere a seguir.

Pequenos notáveis

A ousadia das desenvolvedoras independentes
Sem dúvidas, companhias de peso pensam duas vezes antes de investir tempo e dinheiro em projetos ousados e que, por serem tão diferentes, têm grandes chances de falhar. Mas, no caso dos estúdios pequenos, o investimento normalmente não é tão grande e o poder de uma ideia normalmente fala mais alto.

É por isso que temos tantos games diferentes vindos de pequenas desenvolvedoras. Um dos exemplos notáveis é Limbo, da dinamarquesa PlayDead. Dentro dos limites do tradicional gênero plataforma, a companhia conseguiu criar um jogo totalmente assustador e com uma atmosfera sem igual. Para apimentar ainda mais o título, Limbo também traz quebra-cabeças extremamente desafiadores.

Outro título de destaque, e coincidentemente também dinamarquês, é 1916: Der Unbekannte Krieg. Aqui, o jogador encarna um soldado da Primeira Guerra Mundial que deve lutar contra os terrores da guerra, deixando de lado todo o tradicional tiroteio para desfrutar de uma abordagem mais aterrorizante. E mais: seus piores inimigos em 1916 são nada menos que... Dinossauros!

O exemplo que arremata o fato de que as pequenas desenvolvedoras muitas vezes apresentam ideais realmente poderosas é Narbacular Drop. O título aproveita a perspectiva dos FPS, um gênero que, tradicionalmente, apresenta tiroteios intensos, para criar uma experiência baseada em quebra-cabeças com portais. Parece familiar? Com certeza, já que Narbacular Drop é o título que, mais tarde, acabou se tornando nada menos que Portal, um dos títulos mais aclamados desta geração.


O salto dos gigantes

Quando as grandes companhias também inovam
Portal é um dos exemplos de investimentos em ideias inovadoras que deu certo. E, felizmente, outras empresas também seguem um caminho semelhante, aproveitando para dar novos ares a gêneros e temas tão explorados.

A Capcom, criadora de nada menos que Resident Evil, surpreendeu o mundo ao anunciar Dead Rising. Vejamos a fórmula: um jogo de ação com zumbis e muitas armas diferentes para aniquilar os monstrengos. No papel, parece mais um título sinistro. Entretanto, a Capcom inovou ao trazer uma abordagem totalmente cômica para o game, resultando em uma espécie de A Madrugada Dos Mortos dos consoles. Dead Rising deu muito certo e acabou ganhando uma sequência igualmente hilária.


A própria Activison conseguiu trazer algo diferente na popular e inflexível série Call of Duty, que é criticada por muitos justamente por não apresentar muitas novidades de um jogo para outro. Muitos devem se lembrar da primeira vez em que os zumbis invadiram a guerra de World at War, criando uma fórmula que seria reutilizada nos títulos posteriores da série.

Pisando na bola

É claro que nem sempre as ideias inovadoras resultam em jogos de qualidade. Temos também alguns exemplos de títulos que tentaram trazer algo diferente para gêneros populares, mas acabaram pisando feio na bola.

A própria SEGA decidiu transformar seu ouriço em algo muito mais... Agressivo. Com a chegada do Werehog, ou Lobisonic, como é popularmente conhecido por aqui, muitos fãs acabaram torcendo o nariz para a companhia, já que os momentos de jogo ao lado da criatura realmente deixavam a desejar. Curiosamente, boa parte dos jogadores preferiu as partes de jogabilidade clássica em Sonic Unleashed.

Outro título que deixou a desejar justamente por tentar inovar foi Need for Speed: The Run. A Electornic Arts prometeu um jogo de corrida que também traria intensos momentos de ação. Mas, quando o título chegou às lojas, tudo a ação que tivemos apareceu em simples e decepcionantes mini games de contexto.

Em suma, muitas desenvolvedoras conseguem criar e inovar dentro de um campo limitado seja ele um gênero ou até mesmo um tema. O grande ninho dessas ideias surge nas desenvolvedoras independentes e muitas gigantes acabam aproveitando a ousadia para criar títulos ainda melhores — embora, em alguns casos, o resultado seja um verdadeiro desastre. Inovar é preciso, ainda mais em uma indústria tão saturada como a dos games.

Asura's Wrath

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É para jogar ou assistir? Asura's Wrath parece mais um anime

É impossível deixar de associar Asura's Wrath com God of War: semideuses lutando contra panteões inteiros para conseguir a tão desejada vingança. Outro ponto de comparação está nas próprias mitologias hindu e budista, pois a divindade Asura possui o mesmo caráter bélico e colérico de Ares, deus grego da guerra. Contudo, a maior semelhança está nos combates, pois estes abusam de Quick-Time Events e contam com combos alucinantes.

A característica mais marcante em Asura's Wrath é a história dividida em episódios e a jogabilidade interdependente com a narrativa. Quando falo em episódios, o sentido é literal: o game realmente parece um anime. Foi daí que veio a pergunta “é para jogar ou assistir?”. Na demo, são pouquíssimas as chances de controlar, de fato, o personagem – metade dela você passa assistindo aos diálogos e às cenas de luta.

Imortal, mas nem tanto

Quem conhece a mitologia budista, logo percebe que uma de suas histórias foi adaptada para se tornar o roteiro de Asura's Wrath: após vencer incontáveis guerras para os deuses, Asura é traído e acusado falsamente pelo assassinato do imperador, tendo sua esposa morta e a filha sequestrada. Considerado uma ameaça, os outros deuses se juntaram para bani-lo para a Terra, cortando-o em dois no processo.

Mesmo sendo imortal, as feridas de Asura demoram a fechar... Mais especificamente, 12 mil anos. Depois de tanto tempo inconsciente, o semideus acorda e, eventualmente, recupera a memória. Durante uma luta, ele descobre que sua filha continua viva e foi transformada em sacerdotisa das Sete Divindades, sendo obrigada a usar suas habilidades para aumentar o poder dos outros deuses.



“Tem algo vindo em minha direção...”

Até aí tudo bem, a história faz sentido. Mas de onde vieram as naves espaciais? No capítulo 5, disponível na demo, tudo corre bem e você apenas é esmagado algumas vezes por um gigante de pedra, nada de mais. De repente, no entanto, ele começa a soltar mísseis teleguiados contra você e, em seguida, chama uma espécie de nave espacial que atira usando armas laser!

Para deixar as coisas ainda mais irreais, a divindade decide parar de brincar e ativa os poderes concedidos pela filha de Asura, transformando-se num colosso com a barriga do tamanho da própria Terra. Na outra batalha da demo, o inimigo faz sua espada crescer e, depois de atravessá-la no peito do herói, ela simplesmente cruza o planeta e aparece do outro lado.

Embora tudo isso seja bonito de ver, a parte de ficção científica parece estar sobrando no jogo: ver os braços de Asura serem despedaçados seria mais interessante se eles não fossem meramente de metal.



Eu quero jogar logo!


Pode parecer provérbio budista, mas a melhor qualidade de Asura's Wrath é também o seu maior defeito: a grande quantidade de Quick-Time Events. Por quê? Ora, pois assim você praticamente não joga, só assiste às animações prontas do game e aperta um botão ou outro ocasionalmente.

Por ser feito para parecer um anime, contando até mesmo com pausa para os “comerciais” (tela de carregamento), todo o roteiro dos episódios é extremamente linear. Não apertou um botão em tempo? A cena se repete e você volta do início, até conseguir ou morrer. Depois de muita pancadaria e uma meia dúzia de botões apertados em momentos pré-definidos, Asura acumula raiva suficiente para terminar a luta com um golpe superpoderoso.

Diferente do esperado, os poucos momentos em que é realmente possível controlar o herói diretamente não proporcionam muita diversão: os movimentos do semideus são um tanto lentos e ele conta com apenas uma sequência de cinco golpes, tornando seus ataques extremamente repetitivos – sensação semelhante acontece quando você erra um botão num Quick-Time Event.



Cale a boca!

A trilha sonora em Asura's Wrath é marcante e os efeitos sonoros, muito bem elaborados. Um bom exemplo disso acontece no episódio 11 da demo: uma sinfonia famosa começa a tocar ao fundo e continua durante o combate, tornando-o ainda mais épico. Em relação à dublagem em inglês, ela deixa um pouco a desejar porque os personagens não possuem muita emoção (muito embora estejam gritando).

Sabe quando você está jogando novamente uma mesma fase e quer pular os diálogos? Pois em Asura's Wrath você tem uma opção muito engraçada para não escutar baboseiras: calar a boca do oponente. Isso mesmo, enquanto ele está falando, você pode simplesmente pular em sua direção e socá-lo com toda a força.



Continua no próximo episódio...

Ainda não acreditou que Asura's Wrath é praticamente um anime interativo? Então dê uma boa olhada nos seus gráficos. Estes são baseados na Unreal Engine e apresentam um efeito semelhante, mas diferente, de cel-shading. O resultado? Algo muito estranho. Apesar disso, os efeitos usados durante as animações de combate tornam as imagens semelhantes aos usados nos mangás japoneses.

No geral, o game é bonito. Todavia, muitos detalhes saltam aos olhos, como a textura da pele dos personagens – além de não ser muito realista, seu brilho faz parecer que todos estão besuntados em óleo.

Somando tudo, Asura's Wrath é um bom título e apresenta uma proposta peculiar que promete agradar a muita gente. Como jogo de ação, no entanto, ele deixa a desejar por fazer uso exagerado dos Quick-Time Events. Talvez essa seja apenas a impressão passada pela seleção específica de episódios da demo e o jogo em si seja muito mais completo. Isso, no entanto, só o lançamento poderá confirmar.

Quando?

Asura's Wrath estará disponível nos Estados Unidos a partir do dia 21 de fevereiro – dia 24 na Europa.

DotA 2

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Em time que está ganhando não se mexe

Que DotA 2 está em fase de testes já era conhecido, porém você chegou a jogar o game? Infelizmente, para a maioria a resposta é negativa, pois embora a versão Beta esteja aberta ao público, você precisa de muita sorte (ou bons contatos) para receber uma chave de ativação e liberar o game no Steam.

Mas por que ele roda exclusivamente via Steam? A razão é simples: grande parte do desenvolvimento do jogo está sendo realizada pela Valve – produtora famosa por franquias como Half-Life, Team Fortress, Portal e Left 4 Dead. Para garantir fidelidade ao famoso mod de Warcraft 3, no entanto, a empresa trabalhou em parceria com o Icefrog, um dos criadores do mapa.



Radiant ou Dire?

Se o primeiro Defense of the Ancients é conhecido pela grande quantidade de heróis disponíveis para escolher em cada time, DotA 2 não fica para trás, pois além de contar com os mesmos heróis do primeiro título, também apresenta novas opções de personagens. Apesar de similares, as habilidades de cada um foram alteradas de alguma maneira, de forma a melhorar o desempenho dos heróis em combate.

Por ainda estar em fase Beta, DotA 2 não apresenta a totalidade dos heróis existentes na franquia. Provavelmente, isso mudará com o lançamento da versão final do game: afinal, até os feriados de final de ano, a Valve estava liberando um novo personagem por semana, o que talvez volte a acontecer nos próximos dias.

Quase lá

A interface de DotA 2 é similar às de seus concorrentes diretos (Heroes of Newerth e League of Legends), os quais foram inspirados no DotA original – o primeiro game do seu gênero. Entretanto, um problema nela é que algumas opções ainda estão incompletas.



Por exemplo, na criação de jogos privados, os quatro níveis de Inteligência Artificial selecionáveis para os bots são: “Normal”, Normal”, “Normal” e “Normal” – ou seja, o game não pega leve com novatos. Além disso, nas configurações, ainda não há como testar as opções de vídeo para descobrir quais são as melhores para o seu PC.

Tudo igual, mas diferente

Além dos heróis, outros dois elementos do DotA original voltaram em sua continuação: mapa e jogabilidade. Isso mesmo, quem jogava antigamente ainda conta com o mesmo cenário dividido entre duas bases, várias torres espalhadas e uma variedade de inimigos neutros com a localização indicada no minimapa. Em outras palavras: DotA 2 continua o mesmo DotA de antes, porém com melhorias e totalmente independente de Warcraft III.

Em relação à jogabilidade, a parceria da Valve com a Icefrog foi primordial para mantê-la completamente fiel à original: os comandos são os mesmos, a movimentação dos personagens acontece de modo similar, as estratégias antigas ainda valem aqui e a dinâmica geral se manteve idêntica ao que era.

Contudo, vale ressaltar que não foram só os gráficos de DotA 2 que melhoraram, pois o game teve alterações significantes para torná-lo ainda mais competitivo. Para não dizer que você não recebe nenhuma ajuda do jogo, a interface da loja de equipamentos foi modificada: agora ela indica quais itens devem ser fundidos para criar os melhores equipamentos e quais você deve comprar no início das partidas, por exemplo.

Para jogadores mais hardcore, isso pode ser um tanto desnecessário, pois suas várias horas de jogo permitiram que eles decorassem as fórmulas de itens necessárias para cada herói. Porém, tal facilitação é extremamente interessante, pois há muita gente que parou de jogar DotA e provavelmente já se esqueceu desses detalhes – sem mencionar o fato de isso ser essencial para novatos.

Chame seus amigos

Caso você tenha uma chave para acessar a Beta de DotA 2, não deixa de compartilhá-la com seus amigos, pois dificilmente eles conseguirão uma facilmente de outra forma. Porém, se não houver como jogar com conhecidos, não há problema: o jogo oferece a formação automática de grupos, os quais podem conter jogadores do mundo inteiro.

Nesse aspecto, um grande problema na versão Beta, que deve ser corrigido até o lançamento oficial, é a falta de “matchmaking”. Isto é, o game não nivela os players de acordo com sua experiência de jogo: apenas os reúne aleatoriamente, deixando os menos experientes à mercê de profissionais – algo que não é bom para nenhuma das partes envolvidas.



Embora conte com mais de 10 mil players sempre online, as partidas podem demorar a começar, sendo normal esperar pelo menos cinco minutos em horários menos movimentados. Caso não deseje esperar, há como jogar contra bots, basta criar uma sala e escolher para preencher espaços vazios (só não se esqueça de escolher um time antes de começar a partida). No entanto, vale lembrar que o número de jogadores testando o game ainda é restrito.

Outra forma de passar o tempo é assistir às partidas que já estão rolando há algum tempo. Você não leu errado: DotA 2 conta com um modo de espectador, por meio do qual é possível controlar a câmera livremente, seguir personagens aleatórios e até mesmo visualizar a tela de um jogador específico – deixando você ver onde ele clica, por exemplo.

Quando?

Anteriormente agendado para meados de 2012, a Valve anunciou que pretende adiantar o lançamento de DotA 2 para o primeiro trimestre. Embora não tenha definido uma data específica, a versão Beta do game mostra que ele está praticamente pronto.
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