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Alan Wake's American Nightmare

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Menos suspense e mais pancadaria além-túmulo

Mesmo que a história original de Alan Wake pareça, ao menos em alguns pontos, consideravelmente caricata e exagerada — sob uma perspectiva positiva, provavelmente —, não se pode negar que o foco ali era o de desembarcar uma abordagem séria dentro de um tipo bastante característico de história de horror. Quer dizer, Alan Wake realmente vivia um drama, por mais absurdo que fosse, e cabia a você, o jogador, encontrar a verdade em uma trama labiríntica e praticamente desprovida de certezas.



Bem, embora esta última parte ainda se mantenha no spin-off Alan Wake’s American Nightmare, pode-se dizer que a Remedy tenta agora uma temática quase visceralmente oposta àquela adotada na aventura original do seu escritor de livros fantásticos. “Em termos de tom, [Alan] Wake era mais Stephen King e Alfred Hitchcock”, afirmou o CEO da empresa, Matthias Myllyrinne, em entrevista ao site Gamespot. “Desta vez nós escolhemos uma abordagem muito mais Quentin Tarantino (...)”.

Exagero e pancadaria além-túmulo

Em outras palavras, parte da trama intrincada e onipresente de Alan Wake vai para o segundo plano de American Nightmare, cujo foco se concentra mais na ação constante dos combates sobrenaturais e nos caracteres de um horror clássico — espécie de homenagem ao estilo característico do horror pulp, superlotados de lendas urbanas, ficção científica clássica mesmo certa falta de pudor no tratamento de conteúdos sexuais.

Eis praticamente tudo o que se pode tirar de história aqui: em American Nightmare, Alan Wake vive no interior de um episódio de NIght Springs — pastiche óbvio da série The Twilight Zone que ocupava os televisores encontrados ao longo do jogo original —, tirando o escritor dos belos cenários do noroeste do pacífico e abandonando-o (agora com uma conveniente camisa de flanela) em uma pequena cidade do Arizona.

Trata-se ainda da boa e velha batalhe entre luz e trevas materializada pelo perturbado Wake, de um lado, e por centenas de criaturas bizarras e incrivelmente poderosas do outro — embora com um tempero extra: o herói terá agora que perseguir uma manifestação maligna de si mesmo, que no jogo atende por “Mr. Scratch”.



Ademais, a trama do game deve ainda incluir bifurcações. Quer dizer, em vez da linearidade do jogo original, você encontrará agora diversas missões que poderá ou não encarar.

Uma revisão no sistema de combates

Levando-se em conta que o foco de American Nightmare é claramente as cenas de ação, é de se esperar alguma revisão nos comandos do primeiro título, certo? Afinal, Alan Wake sofreu duras críticas em relação aos combates que não exatamente chegavam a prender a atenção.


Segundo a Remedy, embora o funcionamento básico dos combates de Alan Wake se mantenha — ou seja, na maioria dos casos, ainda será necessário enfraquecer os inimigos com a lanterna antes de pensar em disparar qualquer coisa —, as mecânicas originais foram revisadas e expandidas.

No centro dessa revisão, armamentos mais poderosos, capazes de apresentar novas e interessantes estratégias de jogo. Por exemplo, há agora besta capaz de matar inimigos sem a necessidade da lanterna — embora o recarregamento demore uma eternidade.

Novos monstros e um modo sobrevivência

Para acompanhar o clima exagerado de American Nightmare, há ainda diversas monstruosidades inéditas, todas de acordo com a estética característica dos filmes sobrenaturais clássicos. Há criaturas que se dividem em várias outras; há bizarrices com vários metros de alturas; há um sujeito capaz de se desfazer em uma nuvem de corvos; há uma utilização constante de motosserras e outras armas pouco sutis.

A nova abordagem ainda tornou natural outra adição da Remedy: um modo sobrevivência. Denominado “Arcade Action Mode”, a ideia aqui é que Wake permaneça vivo durante 10 minutos em um cemitério, até que surja a aurora. Pode-se encarar o modo em vários jogadores, e há também os clássicos ranques.



American Nightmare certamente representa uma mudança considerável nos rumos de Alan Wake, embora não se possa dizer que a nova direção seja injustificável ou fora de contexto. Agora é esperar pelo resultado final da versão mais “ativa” de Alan Wake.

Alan Wake: American Nightmare deve dar as caras em algum momento de 2012 através da Xbox LIVE.

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