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Luigi´s Mansion: Dark Moon

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O brilho do eterno coadjuvante


Luigi nunca foi o herói preferido de ninguém. Eternamente marcado como um coadjuvante à sombra de seu irmão, o personagem sempre foi visto como a segunda opção e virou sinônimo de Player 2 — se você é o caçula da família, certamente já deve ter se frustrado ao querer vestir o macacão vermelho, mas ter de se contentar com o verde.

No entanto, isso nunca impediu o coverde bigodudo de se arriscar em aventuras próprias, mesmo que de maneira tímida. Tanto que a própria Nintendo decidiu fazer de 2013 o Ano do Luigi para homenageá-lo e mostrar que nem só de Mario vive a família de encanadores.

E para dar início às festividades, nada melhor do que dar sequência a um clássico. Em Luigi´s Mansion: Dark Moon, a “Big N” prova que o personagem é capaz de protagonizar seu próprio game e que não depende da presença de seu irmão para trazer uma aventura interessante e desafiadora. Ao que parece, a diversão está no DNA.
Aprovado

Carisma escondido

Embora o GameCube não tenha sido um console tão popular quanto outros sistemas da Nintendo, Luigi’s Mansion se tornou um clássico por vários motivos. Entre eles, a revelação da preciosidade que a Big N mantinha escondida sob a sombra de Mario ao longo das últimas décadas. E em Dark Moon, isso é ainda mais evidente.


Já nos primeiros minutos do game é possível perceber que o personagem possui seu próprio charme. A covardia de Luigi é muito bem explorada nos diálogos com o Professor Elvin Gadd, criando situações muito engraçadas e mostrando que o herói possui muito mais personalidade do que acreditávamos. Acompanhar suas reações diante das explicações de seu tutor ou mesmo enquanto explora as mansões mal-assombradas é algo único e que certamente vai deixar essa jornada sobrenatural muito mais prazerosa e bem-humorada.

E é nesse tom que o game inteiro se desenvolve. Por mais que estejamos falando de fantasmas e outros seres do além-vida, o clima leve e descontraído trazido pelo jeito amedrontado de Luigi cria um contraste que envolve o jogador logo de início, fazendo com que cada novo cômodo descoberto seja uma nova surpresa.


No fim das contas, Luigi se destaca como um ótimo protagonista mesmo quando está sozinho e olhando assustado para cada sombra que se estende pelo cenário. E para controlar esse nervosismo, nada melhor do que cantarolar a trilha sonora do jogo.

Uma velha fórmula que retorna

Depois de uma década de tranquilidade e longe de qualquer incidente paranormal, Luigi é mais uma vez convocado pelo Professor E. Gadd para caçar alguns fantasmas após a Dark Moon, um corpo celeste que deixava os espíritos amistosos, ter misteriosamente desaparecido do céu. Com os seres ectoplasmáticos fora de controle, cabe ao bigodudo reviver seus dias de terror e ir atrás dessas almas perdidas em busca de uma solução para esses problemas.

E para dar forma a toda essa confusão, nada melhor do que retornar com algumas ferramentas que estavam desaparecidas desde o GameCube. É o caso do o Poltergust, um aspirador de pó especialmente projetado para absorver fantasmas e a arma que vai acompanhá-lo ao longo de todo o jogo, e da lanterna que ajuda no processo de captura.



A mecânica de Dark Moon segue a mesma linha do primeiro Luigi’s Mansion, ou seja, colocando o jogador em uma mansão mal-assombrada em busca de espíritos vagantes enquanto resolve alguns mistérios que liberam novas áreas e prêmios. E é aqui que está o principal destaque do título.

Ele é repleto de ótimos puzzles e, ao contrário da tendência seguida pela maioria dos lançamentos, ele não traz nenhum elemento facilitador que sugere sua resolução. Isso obriga o jogador a conhecer muito bem as possibilidades oferecidas por seus equipamentos e imaginar como eles podem ser úteis para chegar a determinado resultado. Isso faz com que você realmente quebre a cabeça para chegar ao seu objetivo. Nada é óbvio, mas tudo está bem diante de seu nariz — basta pensar para ver.

E esses desafios se apresentam das mais diferentes formas, indo desde interagir com elementos do cenário quanto usar seu aspirador para revelar objetos escondidos. Por isso, ficar atento a qualquer superfície irregular ou algo que pareça deslocado é uma boa dica para quem quer se dar bem nessa vida de caça-fantasma.

Além disso, Luigi’s Mansion: Dark Moon introduz à série um novo item ao seu arsenal contra poltergeists. Trata-se de lanterna de luz negra, um artefato capaz de revelar estruturas escondidas. Com ela, você encontra desde baús e armários secretos a portas invisíveis que o levam a áreas especiais. Isso sem falar que ela ainda pode ser usada em combate contra tipos específicos de espíritos.

E por mais que muita gente sinta falta da liberdade apresentada no jogo original, o sistema de missões de Dark Moon funciona muito bem — afinal, é um game para portátil —, limitando um pouco as possibilidades de exploração, mas compensando em criatividade e diversão.

Quem você irá chamar?
Outra novidade introduzida em Luigi’s Mansion: Dark Moon é um inédito modo multiplayer, permitindo que até quatro jogadores possam compartilhar da covardia de Luigi em sua caçada paranormal. E apesar de a proposta ser bem diferente, não é que ela funciona muito bem?

De modo geral, as partidas online são uma extensão da jogabilidade apresentada na campanha, ou seja, fazendo com que você tenha de abusar da Poltergust e demais equipamentos para capturar os espíritos vagantes. A diferença, contudo, está nos desafios que cada modo apresenta.

O Hunter é o mais básico de todos. Como o próprio nome sugere, você deve se tornar um caçador e avançar por uma torre em busca de fantasmas para acumular pontos e, com isso, ficar à frente de seus amigos. A premiação oferecida por cada inimigo varia de acordo com o grau de dificuldade proposta, deixando as coisas um pouco mais desafiadoras.

Já em Rush, o objetivo é exatamente o oposto: fugir. Trata-se de uma corrida contra o relógio em que você deve encontrar o caminho certo enquanto você explora o cenário e derrota monstros em busca de alguns preciosos segundos que vão ajudá-lo a chegar o mais longe possível. Nesse ponto, o trabalho em equipe é fundamental.


No entanto, o mais divertido de todos é o Polterpup, em que você deve abusar da luz negra para seguir o rastro de um cachorro-fantasma dentro do tempo limite. E para quem pensa que se trata de uma tarefa simples, prepare-se xingar muito esse espírito canino a cada nova disputa.

Além disso, Luigi’s Mansion: Dark Moon ainda permite que você se divirta localmente com seus amigos a partir de um único cartucho. O game se aproveita da função Download Play do Nintendo 3DS, compartilhando o título com outros aparelhos e tornando tudo bem mais interessante — e econômico.

Outra dimensão

Embora o efeito tridimensional tenha sido apresentado como o grande diferencial do 3DS, ele se tornou um recurso muito mal aproveitado nos títulos do portátil. E por mais que Luigi’s Mansion: Dark Moon não faça nenhum uso revolucionário da tecnologia, é impossível ignorar o benefício que essa profundidade traz ao game.


Ativar a função, mesmo que minimamente, dá nova vida à caçada. Adotar uma câmera fixa para cada um dos cômodos foi uma ótima maneira de permitir que o jogador enxergue cada uma de suas dimensões com bastante qualidade e, mais importante, sem incomodar seus olhos.

Mais do que isso, os próprios fantasmas se beneficiam disso e ficam muito melhores com o 3D ligado. O volume criado torna sua presença em cena muito mais marcante e contribui bastante para a ambientação.

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