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Mafia II

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Como tornar um sandbox ainda mais convincente? Mafia 2 talvez seja a resposta.

Tudo bem, a Rockstar praticamente inventou os universos de jogo aberto com o seu incontestável Grand Theft Auto. Mas nada impede que uma nova franquia apareça para tentar deixar a coisa toda um pouco mais requintada, certo? E parece ser exatamente essa a ideia da desenvolvedora 2K com o seu remodelado Mafia 2 — talvez para apagar um pouco os ports de qualidade questionável para os consoles de sexta geração...

Mas a Empire Bay de Mafia 2 não tem a mesma pretensão de GTA IV. Até porque, as coisas aqui se desenrolam em uma “Big Apple” (Nova Iorque) bastante específica. Trata-se da Nova Iorque do final dos anos 40 e início dos 50, numa época pós-lei seca, em que o jazz corria solto, a Segunda Grande Guerra ainda gerava seus ecos e o crime organizado era mais que apenas uma lembrança icônica abraçada pela indústria cinematográfica.




E nesse ambiente que a 2K Czech pretende desenvolver uma trama ímpar, cheia de detalhes, e que, a julgar pelas pretensões da desenvolvedora (o jogo sequer terá um modo multiplayer, por exemplo) deve reinventar a forma de se contar histórias em um jogo de video game.

É também nesse ambiente que você encontrará o seu controverso “herói” Vito (não é o Corleone), um protagonista que, ao menos em um ponto, respeita totalmente as convenções ditadas por GTA: é o típico espertinho talentoso que tem um modus operandi único para partilhar do alardeado “Sonho Americano”, conforme vai aos poucos escalando os estratos da ainda pulsantes organizações criminosas.

Missão principal ou secundária?

Uma simples caminhada até o trabalho pode trazer mais do que você espera...
Mas o que realmente chamou a atenção na demonstração de Mafia 2 liberada durante a última edição da GamesCon não foi exatamente a história do transviado Vito, mas a forma como essa história será contada. Isso nos leva até um dos maiores diferenciais na abordagem da 2K em relação aos ambientes de jogo aberto: as missões secundárias.

Basicamente, aqui você não vai se dirigir para um imenso círculo no chão quando quiser partir para uma missão paralela do jogo, dando um tempo com a trama, digamos, “oficial”. Isso porque a realidade de Mafia 2 (seguindo a própria ideia de “realidade”) é totalmente entrelaçada e indissociável. Sendo um pouco mais explícito: você dificilmente poderá separar a trama principal do jogo das contingências do dia-a-dia.

Desnecessário dizer que isso é, sem dúvida, uma característica nova dentro do já clássico “sandbox”, o que fica absolutamente claro durante a demonstração da GC. No início da demonstração, o personagem principal, Vito, recebe uma mensagem de um associado seu chamado Giuseppe, que oferece um trabalho escuso relacionado à entrega de alguns papeis. Vito então aceita a missão e parte para encontrar o associado — embora não sem antes escolher a roupa e o carro que será utilizado.

Já a caminho de encontrar Giuseppe, Vito testemunha então um acidente automobilístico menor. Entretanto, a situação acaba desencadeando uma briga entre um sujeito nervoso e uma mulher assustada. Aí surge a primeira pergunta: passar direto pelo acontecimento, ou dar uma demonstração gratuita da bela e controversa moral familiar da máfia italiana?

Optando por defender a mulher, tem-se então a oportunidade de conferir como ficou o novo sistema de luta desarmada. Nada realmente complexo aqui. São apenas três comandos: ataques fracos, fortes e esquiva. Entretanto, toda a movimentação e o realismo dos impactos recriam a brutalidade de uma luta de forma bastante convincente.


Dificil dizer onde começa a missão secundária e termina a principal

Agora o mais interessante realmente é a forma absolutamente sem costuras que traz em um mesmo contexto objetivos completamente diferentes. A impressão que fica é realmente de uma realidade muito mais fluida, conforme esses pequenos acontecimentos tornam a cidade muito mais viva. Quer dizer, você realmente não teve que ir atrás de outra missão; ela simplesmente brotou com uma oportunidade.

Outro exemplo vem do encontro casual com um sujeito chamado Steve enquanto você sobe as escadas para finalmente encontrar Giuseppe. Após algumas brincadeiras e alguma descontração, Steve comenta que um vendedor de carros amigo seu está tendo alguns problemas com um rival. Cortando-se alguns pormenores, a ideia é: vá até esse rival e deixe um recado enfático (explodindo alguns carros, no caso).

Ah, a polícia...

Uma das maiores injeções de realismo em Mafia 2 parece ligada ao novo modus operandi da polícia. Novamente, a demonstração traz uma sequência crassa de como a polícia poderá criar problemas agora. Em um dado momento, Vito enfrenta alguns contratempos em um estacionamento, quando aparece então um policial querendo conferir a sua licença para portar armas

Agora sim! Nem a sua mãe te reconheceria!
Exatamente. Diferentemente do que acontece em GTA, aqui você não pode simplesmente sair ostentando uma arma na mão; alguém certamente vai pedir explicações. Nesse caso, você tem três escolhas possíveis: subornar o guarda, mostrar a licença (isso se você tiver uma) ou partir para algo mais visceral: sair correndo.

Escolhendo a terceira opção, é claro que você pode esperar a polícia no seu encalço. Bem, então eu corro, me escondo em um beco, e espero o nível desaparecer, certo? De jeito nenhum. A única forma de tirar os guardas do seu pé aqui é entrando em uma loja de roupas a fim de alterar todo o seu visual — que então não vai mais bater com a sua descrição.

Para o caso de você estar de carro, as coisas ficam um pouco diferentes. Nesse caso, você está associado com a imagem do carro, sendo então a atitude mais óbvia simplesmente abandoná-lo em algum lugar (o que efetivamente funciona).

Mas, digamos que você tem certa afeição pelo veículo, e resolve então levá-lo para o estacionamento até as coisas esfriarem. Nesse ponto aparece outra diferença em relação ao método clássico de GTA: assim que você tirar o carro da garagem, volta o nível de “procurado”, da mesma forma. Você só vai conseguir alterar esse status caso repinte o carro e troque a placa. Quer dizer, é bom pensar duas vezes antes de se afeiçoar a uma banheira.

Sandbox com requinte


Mafia 2 realmente chamou a atenção durante a sua recente demonstração. Conforme já mencionado, o intento da 2K de entregar um mundo de jogo aberto lotado de novas possibilidades e transpirando realismo é bastante claro. A forma como as missões paralelas se entrelaçam com a trama principal não deixa dúvida com relação a isso.


Bem-vindo à Big Apple dos anos 40 e 50

No mais, ser transportado para a época clássica do crime organizado em Nova Iorque, experimentando diretamente todo o clima da época, as músicas, os carros e as convenções sociais (cumprimentos, mesuras, etc.) parece tremendamente interessante. Além do que, é claro, trata-se de uma bela oportunidade para quebrar a primeira impressão deixada pela franquia nos consoles caseiros.

Mafia 2 tem lançamento programado para dia 26 de janeiro de 2010.

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