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Assassin's Creed: Brotherhood

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A luta continua, mas com novos companheiros

Assassin's Creed 2 foi um dos melhores títulos de 2009. Os avanços em relação ao seu antecessor conquistaram novos jogadores e agradaram aos fãs que esperavam ansiosos pela continuação da saga. Com a franquia consolidada como um dos novos clássicos dos video games, a Ubisoft resolveu explorar ainda mais o potencial da série.

Aproveitando o carisma do novo protagonista — Ezio Auditore da Firenze — e o rico universo de jogo ambientado na fervilhante Itália renascentista, a desenvolvedora francesa retornou ao cenário para contar uma nova história antes de apresentar a terceira parte oficial da linhaAssassin’s Creed.

Assim nasceu Brotherhood, um jogo que para todos os efeitos pode ser considerado como uma expansão de Assassin’s Creed 2. Existem novidades, mas a primeira impressão é a de que se está jogando o mesmo Assassin’s Creed 2 sem nenhuma inovação.

Uma análise mais profunda confirma que o título é mais robusto do que parece, mas será que as poucas funcionalidades adicionadas realmente justificam o lançamento de uma nova edição? A resposta pode não ser tão simples quanto um “sim” ou “não”, mas o que realmente importa é que a Ubisoft entrega outro grande jogo para os fãs de aventura.


Aprovado

Cidade Eterna

Roma é exuberante! A reconstrução da cidade é rica em detalhes e cheia de vida. No jogo, Roma é divida em 12 distritos, todos comandados por torres dos Borgia. Enquanto as torres estiverem de pé, soldados patrulham, o povo é oprimido e as lojas permanecem fechadas.

Para limpar as ruas romanas, você deve eliminar o capitão da guarda que vigia a torre e botar tudo abaixo, liberando toda a área e desbloqueando os ferreiros, bancos, estábulos e outras lojas que aumentarão a sua renda — um sistema semelhante ao utilizado no jogo anterior, durante a renovação de Monteriggioni.

Quanto mais lojas abertas, mais itens, dinheiro e habilidades para Ezio, por exemplo: quanto mais alfaiates você liberar, mais bolsos para carregar itens e armas. Da mesma forma, quanto mais bancos estiverem abertos, mais dinheiro entrará na conta do Ezio.

Apesar de ser um elemento-chave da jogabilidade, as torres dos Borgia não são centrais para conclusão do jogo. Na verdade você pode terminar Brotherhood sem destruir todas as torres.

A estrutura do jogo é livre e a exploração do cenário é encorajada, assim, derrubar as torres torna-se mais importante na medida em que você reduz força dos Borgia na cidade, aumenta a sua renda, desbloqueia itens e constrói um exército de assassinos.

Ao eliminar a torre de uma determinada região, você estará facilitando a sua própria vida quando for realizar uma missão dentro da mesma área. Em suma, os fãs de jogos com mundo aberto vão se deleitar, pois existe muita coisa para ser feita sem necessariamente mover a trama adiante.

Irmandade
Brotherhood adiciona quatro grandes novidades em relação à jogabilidade de Assassin’s Creed 2: o exército de assassinos, as correções do sistema de combate, a possibilidade de cavalgar dentro da cidade e o novo esquema de metas para cada missão.

Sem sombra de dúvida, o elemento mais interessante é o recrutamento de novos membros para a Irmandade dos Assassinos. A cada torre que você destruir, um novo espaço para recrutamento será habilitado. Feito isso, Ezio pode ir para as ruas e convidar cidadãos romanos para se juntar à sua busca. Uma vez que o indivíduo se torne seu aliado, ele pode ser convocado um simples pressionar de botões para ajudá-lo em uma briga ou para executar uma missão.

Dependendo da localização e do nível de habilidade do seu assassino, ele executará as ordens com mais eficácia ou não. Estes fatores também governam a forma como ele realizará suas ações, espreitando a vítima ou saltando como um predador.

Os membros da sua irmandade são separados em grupos, que podem ser convocados para a ação a qualquer momento — uma vez chamados, eles só poderão voltar a ser convidados depois de alguns minutos. Além disso, os assassinos ganham experiência através de combate e missões de treinamento em outras regiões da Europa.

Quanto mais difíceis forem as missões, mais pontos de experiência serão conferidos ao assassino bem sucedido. Estas incumbências duram de cinco a dez minutos e a interface é bem acessível.

A cada nível ascendido, você pode aumentar a armadura ou o armamento do personagem. Níveis mais altos também desbloqueiam habilidades especiais, como bombas de fumaça e outras artimanhas da classe.

O sistema não é necessariamente novo, haja vista que Ezio já podia contratar mendigos, mercenários e cortesãs para auxiliá-lo em suas empreitadas de Assassin’s Creed 2. O que Brotherhood faz é expandir este conceito e redefinir a escala dos combates de Assassin’s Creed — não se trata mais de uma luta solitária contra uma grande conspiração global.

Além disso, o combate desarmado recebeu alguns ajustes e está muito melhor. Você pode se esquivar e contragolpear, bem como chutar os inimigos para abrir a sua defesa. Outro ponto interessante é o encadeamento de golpes e a utilização de mais de uma arma durante as execuções — você pode cortar as pernas de um oponente e, enquanto ele cai, basta disparar um tiro no seu rosto.

Os cavalos, por sua vez, são muito mais do que um simples modo de transporte. Ezio pode efetivamente utilizá-los como armas e até mesmo como base para saltos. Todavia, a funcionalidade acaba passando como mera perfumaria, em vez de realmente adicionar algo efetivo na ação.

Diferente do novo sistema de metas presente em cada missão, desta vez, Ezio deve cumprir certos objetivos específicos para alcançar a “sincronização total” de cada senda. Estes desígnios vão de simples desafios de tempo a exigências mais especiais, como não sofrer dano ou executar o alvo sem ser percebido. Trata-se de uma bela adição à dinâmica de missões que pode se tornar um tanto repetitiva.

O fio da meada

A trama não afeta diretamente o seguimento da história principal de Assassin’s Creed, mas revela detalhes importantes para o entendimento do que está acontecendo no passado e no presente (ou melhor, no futuro vivido por Desmond).

O jogo começa exatamente no ponto em que o segundo título termina; depois de confrontar Rodrigo Borgia e descobrir parte do grande segredo que há por trás da luta entre Templários e Assassinos, Ezio quer apenas um merecido descanso em Monteriggioni.

Porém, o filho de Rodrigo, Cesare Borgia, não está nada contente com o fato de você ter executado o pai dele e agora, de posse do emblemático pomo dourado (Apple of Eden) — o misterioso artefato que permeia a história dos três jogos —, ele investe contra você e todos os Assassinos.

Assim, a Monteriggioni que você ajudou a fortificar durante mais ou menos 20 horas de jogo em Assassin’s Creed 2 é destruída em questão de segundos. O herdeiro Borgia elimina de uma só vez grande parte da sua oposição, mas comete um erro fatal: ele deixa Ezio escapar.

Ezio decide seguir para Roma, capital dos Templários na Itália, em busca de vingança contra Cesare. A “Cidade Eterna” é ainda mais vibrante do que a Florença do título anterior e ainda mais imponente. Agora, como um Mestre da Ordem dos Assassinos, Ezio deve restabelecer a Irmandade — dentro de Roma, o ninho do inimigo — para eliminar seu arqui-inimigo, Cesare Borgia.

Enquanto isso, em 2012, Desmond Miles e os Assassinos contemporâneos sobrevivem ao ataque da Abstergo (fachada da Ordem dos Templários), fogem para Monteriggioni e se escondem nas ruínas da Villa Auditore.

Acessando as memórias genéticas de Ezio Auditore utilizando a Animus 2.0, Desmond descobre que a Apple of Eden está escondida em um cofre subterrâneo nas ruínas do Coliseu, dentro do Templo de Juno.

Depois de encontrar e ativar o artefato a Apple of Eden e um de seus ancestrais comandam Desmond a matar Lucy Stillman como forma de “manter o equilíbrio”. Porém, Desmond desmaia e conforme os créditos são apresentados, dois homens carregam o rapaz até outra máquina Animus.

No meio da multidão

O real valor de Brotherhood dentro da franquia Assassin’s Creed pode ser discutido, no entanto, a introdução de um modo multiplayer é muito bem recebida, especialmente por se tratar de algo inteligente e bem desenvolvido. Ao todo são quatro modalidades diferentes, mas todas giram em torno da mesma ideia, você é um agente da Abstego em treinamento.

Basicamente, você deve localizar e eliminar um alvo enquanto outro jogador tenta impedi-lo. O radar ajuda a localizar o alvo (vítima ou assassino), mas a ação se desenrola nas ruas tomadas por cidadãos romanos — portanto todo cuidado é pouco, haja vista a facilidade com a qual os personagens podem se perder na multidão.

Os modos “Wanted” e “Advance Wanted” são uma espécie de cada um por si, sendo que o segundo é uma versão mais difícil, com regras especiais. “Alliance”, por sua vez, divide os jogadores em duplas, o que adiciona um grande nível de coordenação estratégica com seu companheiro.

Por fim, em “Manhunt”, os participantes são separados em dois times para uma grande brincadeira de esconde-esconde — uma equipe tenta se ocultar pelo mapa enquanto a outra deve procurar pelos assassinos.

Reprovado

Assassin’s Creed 2 ½

Quem gostou de Assassin’s Creed 2 certamente vai apreciar Brothehood, porém ficará com a nítida impressão de que nada mudou. Até mesmo a trama que apresenta pontos importantes da saga não é exatamente crucial, pois termina com um tom semelhante ao do segundo jogo — com Ezio de posse da Apple of Eden, mas o mundo inteiro caindo em cima de Desmond.

As inovações são interessantes, mas não justificam o lançamento de mais um jogo — mesmo porque vários problemas como a câmera e o sistema de mira continuam problemáticos.

Os gráficos são outro ponto negativo, não porque sejam exatamente ruins, mas por serem iguais aos de Assassin’s Creed 2 e não oferecerem o mesmo salto evolutivo evidenciado entre o primeiro e segundo jogos da série.

Além disso, o jogo tenta explorar mais o cenário fora do Animus, com Desmond e os novos Assassinos. Todavia, as sequências deixam muito a desejar, especialmente por conta dos diálogos que parecem saídos diretamente de um episódio de “Scooby-Doo” — nada contra os membros da Mistério Inc., mas espera-se que membros da Irmandade dos Assassinos tenham diálogos mais inteligentes do que adolescentes de uma animação dos anos 1960.

Vale a pena?

Brotherhood é indiscutivelmente um bom jogo, porém, quem busca por algo verdadeiramente novo ficará extremamente desapontado. Fãs da série não podem ficar sem esta edição, especialmente os que apreciaram Assassin’s Creed 2.

Jogadores mais exigentes podem ficar decepcionados com a ausência de inovação, mas no final das contas, o resultado é eficiente e a Ubisoft nunca forçou a ideia de que este jogo é a terceira parte da saga.

A trama em si é interessante e complementa algumas lacunas deixadas pelos títulos anteriores — ao mesmo tempo em que apresenta novas, e ainda mais perturbadoras, perguntas ao jogador. O modo multiplayer é um passo na direção certa e a franquia Assassin’s Creed ganha muito com a nova modalidade de jogo.

Assassin’s Creed 3 ainda é um mistério absoluto e Brotherhood é um bom passatempo para manter os níveis de ansiedade dos jogadores sob controle.

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