Batman: Arkham Asylum

A escória de Gotham impressiona na demonstração do Cavaleiro das Trevas.

Depois do enorme sucesso do Cavaleiro das Trevas nas telonas, o mundo do game finalmente recebe um game que promete honrar a reputação de Batman. Após anos sem dar as caras no universo do entretenimento eletrônico, Bruce Wayne finalmente retorna com um jogo que promete ser um dos grandes destaques do ano: Batman Arkham Asylum.

O jogo apresenta um clima similar ao da última edição exibida nos cinemas, mas não deixa de lado as características dos quadrinhos estrelados pelo morcego de Gotham City.

Sem dúvidas, este é o retorno definitivo de Batman aos games, em um jogo que mistura pancadaria intensa com ação furtiva. Aparentemente, nós realmente teremos um game fiel aos quadrinhos, com direito a dublagens originais — da versão estadunidense — e toda a atmosfera criada pelo incrível Paul Dini, roteirista responsável pelos desenhos e pelo game. Seja bem-vindo ao pesadelo de Arkham.



Um sorriso impressionante

Quando você inicia a demo, é presenteado com um belo trailer demonstrando uma pequena parcela do que você irá encontrar na versão completa do game. Logo de cara, é possível perceber que toda a atmosfera que caracterizou a era mais obscura do protagonista está presente no game.

Basicamente, o estilo do game remete a uma mistura entre o herói representado nos quadrinhos e o Batman de o Cavaleiro das Trevas. A própria roupa do personagem parece ser uma hibridização do traje presente em ambas as versões. O resultado de tudo isto é simplesmente fantástico, graças, também, a ajuda da engine gráfica do game: Unreal Engine 3.


É difícil não se impressionar com o visual do game. Além de uma excelente direção de arte, as texturas também são de qualidade e os personagens esbanjam detalhes. Basta observar o próprio Coringa, ou até mesmo a Arlequina, para perceber as minúcias de seus belíssimos trajes. Batman também não fica de fora, graças a sua rica modelagem.

Ação cinematográfica

Mas, vamos ao que interessa: a pancadaria. Tudo começa com Batman carregando seu arquiinimigo Coringa até o Hospício de Arkham. Aparentemente, tudo ocorre como planejado, mas o sorridente vilão sempre reserva algumas surpresas para seu show. Após entrar no local, Coringa consegue escapar com um truque barato e, com a ajuda de Arlequina, domina toda Arkham. Isso deixa Batman furioso.

O Cavaleiro das Trevas começa então uma busca sem fim para acalmar de uma vez por todas os ânimos de Joker. Nos primeiros instantes da demo, você já enfrenta alguns dos comparsas do Coringa. Para derrotá-los, basta usar o botão de ataque — só existe um comando para desferir os golpes. No caso do PS3, você deve apertar seguidamente o botão “quadrado” para que Batman arrebente seus oponentes.

Mesmo parecendo simples, o sistema de combate não decepciona. Além de fornecer uma experiência completamente cinematográfica, com direito a momentos em câmera lenta e muito mais, a pancadaria também é versátil, já que, na versão completa, o jogador poderá mesclar os golpes com as bugigangas do Homem-morcego.

O herói bugiganga

Mas, fora os socos e pontapés, Batman também é especialista em render e incapacitar os vilões que surgem em seu caminho. Obviamente, o herói não extermina ninguém, mas certamente causa muitas escoriações nos bandidos. Para “finalizar” seus oponentes, basta pressionar os comandos específicos quando for o momento exato. Além disso, você também pode incapacitá-los quando se encontram no chão.

Batman ainda conta com o famoso Batarang, o bumerangue personalizado e de altíssimo poder do herói. Ao manter pressionado o botão L2 (PS3), um retículo aparece na tela. Para disparar seu brinquedinho, tudo o que se deve fazer é apertar o botão R1. Este bumerangue é útil para finalizar inimigos e interagir com o ambiente, caso deseje mover alavancas, por exemplo.


Existem também alguns momentos mais apertados, nos quais nem o Batarang é capaz de salvar o personagem. Felizmente, o bem treinado Batman conta com a habilidade de contra-atacar seus oponentes. Realizar esta ação é relativamente fácil, já que o nosso herói consegue perceber quando seus inimigos irão atacar através de um ícone que surge sobre a cabeça dos inimigos. Ao ver este sinal, não hesite em pressionar triângulo para realizar um contra-ataque devastador.

Falando em facilidade, a versão demonstrativa não ofereceu muito desafio, principalmente nos momentos de combate mano a mano. Os inimigos simplesmente ficavam encarando Batman sem atacar, o que permite ao jogador analisar a situação com muita calma.

Entretanto, posteriormente, sofremos com a aparição dos vilões armados. São momentos como este que demonstram o outro lado de Batman: a ação furtiva. Graças ao seu gancho (Grapple), o herói consegue subir em objetos de difícil alcance, como as diversas estátuas que ficam perto do teto do manicômio. Ao subir nestes gárgulas, o Homem-morcego tem uma visão mais abrangente da situação.

O ponto alto do game

Esta visão pode se tornar ainda melhor quando você aciona o “Detective Mode”, uma espécie de visão raio-x que fornece um detalhamento maior da situação — incluindo o nível de stress dos personagens e se oferecem perigo. Neste modo, os objetivos ficam mais explícitos, impedindo que o jogador “encalhe” em determinados momentos do game.

Ao avistar um inimigo, você pode saltar das estruturas e planar até o oponente cumprimentando-o com um belo chute no nariz. Ao contrário do que se possa imaginar, o game não se resume a apenas pancadaria. Muito pelo contrário. Pode-se dizer que, ao menos na demo, o que prevalece é a ação furtiva. Você pode até tentar correr e bater, mas o resultado não será nada agradável — Coringa vai acabar tirando sarro de sua cara.


Ao contrário do sistema de combates, na ação furtiva você conta com diversas opções para acalmar seus oponentes. As ações de contexto dominam nesta área. Você pode pendurar seus inimigos nas estátuas, enforcá-los e muito mais. O único problema da demo é a parte final, que apresenta um chefe mas não permite que o jogador tenha o prazer de enfrentá-lo.

Para compensar, a demo oferece uma pequena parcela do que será disponibilizado pelos modos “Character Bio” e “Character Trophies”. A primeira opção traz uma biografia detalhada dos personagens da série, incluindo até mesmo entrevistas, feitas pelos psiquiatras de Arkham, com os vilões. Já em Trophies, o jogador confere um modelo tridimensional detalhado de cada figura que aparece no game.

Em suma, Batman Arkham Asylum demonstrou-se como um jogo híbrido, encharcado por ações de contexto e predominantemente furtivo. É um bom retorno do Cavaleiro das Trevas ao mundo dos games. Resta esperar para conferir se a experiência não será repetitiva quando o game sair, em 25 de agosto deste ano. A união dos vilões mais perigosos de Gotham com certeza trará uma experiência satisfatória aos gamers.