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Order of War

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O desembarque na Normandia em uma reconstrução tática e bem detalhada

Dentre a infinidade de jogos mostrados e demonstrados durante a última edição da E3 (Electonic Entertainment Expo), era possível divisar algo bastante familiar: tratava-se de mais uma tentativa de vincular o clima épico da Segunda Grande Guerra a um RTS (estratégia em tempo real), oferecendo uma releitura dos acontecimentos desencadeados após o desembarque na Normandia.

Mas Order of War não é propriamente um título novo. O que há de inédito, realmente, é a tentativa da desenvolvedora Wargaming.net de fazer um hit de audiência russo (denominado inicialmente Operation Bagration) alçar voos mais altos.

Sob os auspícios da gigante Square-Enix, Order of War pretende agora ganhar uma enorme fatia ocidental, intento que aparece apoiado em uma jogabilidade estratégica, porém acessível, bem como em uma recriação fiel dos cenários e fatos que marcaram a etapa final da Segunda Guerra mundial. A propósito, o estúdio russo não é propriamente anônimo por aqui, tendo já desembarcado o mediano Massive Assault.


A fim de conferir a mais nova abordagem pixealizada da Segunda Grande Guerra — cenário que já marcou presença em praticamente todos os estilos de games —, o Baixaki Jogos resolveu dar uma conferida na demo recentemente liberada. A ideia é assumir o controle dos aliados no início da ação que visava expurgar definitivamente o Terceiro Reich do território europeu.

Nada de multiplayer por enquanto, é verdade. Mas através do modo história algumas coisas já podem ser inferidas. Entram em cena as câmeras cinematográficas, os cenários decentemente detalhados, bem como uma interessante autonomia das tropas comandas. Também é digno de nota o trabalho realizado pela Wargaming.net para recriar fielmente todos os ambientes da época. Enfim, vamos aos detalhes.

Veteranos e novatos

Segunda Grande Guerra. Ambientes vastos pontilhados de todo tipo de tropas, exigindo um mínimo de nível tático. Mas a impressão inicial de Order of War pode acabar enganando um pouco. A ideia aqui, conforme já dito, é mesmo agradar tanto veteranos em RTS quanto aquele sujeito cujo maior nível tático já utilizado se deu em batalhas Pokémon.

Aqui você não controlará uma tropa descerebrada
Não que as batalhas aqui sejam simples. De jeito nenhum. As tropas são variadas, contanto com diversas unidades, e os terrenos a serem defendidos por vezes são realmente amplos, propiciando um bom nível tático. Entretanto, as suas tropas aqui são particularmente autônomas. Quer dizer, aqui você é o general que controla tropas de soldados, não de autômatos descerebrados.

O objetivo final aqui é garantir passagem através da França, expurgando as células nazistas pelo caminho. Já nos primeiros momentos do jogo, fica bastante claro o nível de autonomia das suas tropas. A ideia aqui é acabar com uma primeira ofensiva nazista, que aparece na forma de uma emboscada.

Tudo bem, você poderá dirigir os ataques específicos no campo de batalha, virando canhões contra artilharias e soldados contra canhões. Entretanto, caso você não tenha optado pelo nível mais difícil de jogo, existe uma grande possibilidade de você ser congratulado pelo seu superior... sem fazer absolutamente nada. Quer dizer, os seus homens são suficientemente espertos para escolher o melhor ataque contra tanques ou cercos. A sua administração se dá em uma camada mais abrangente.

Mas a autonomia das tropas fica ainda mais evidente quando uma ordem de ataque é dada. Basicamente, não existe distinção entre os ataques, ou formas diferentes de se realizar uma abordagem.

Você escolhe uma unidade (seja selecionando unidades específicas no rodapé da tela, seja do jeito clássico, escolhendo no campo de batalha), e ordena um ataque. As tropas decidirão então a melhor forma de colocá-lo em prática, embora ainda seja possível escolher os modificadores usuais, como “ofensiva”, “defensiva” e “padrão”.

E essa é justamente premissa maior da Wargaming.net: as batalhas podem ser conduzidas unicamente através dos movimentos e cliques do mouse. Mas, sim, existe um nível tático controlado pelo jogador. Fora do jogo, você deve decidir que upgrades comprar, melhorando independentemente as características — velocidade e efetividade dos disparos, entre várias outras — para infantaria, artilharia e tanques.

Tática e logística ao alcance de um mouse!

Em campo, as suas decisões estarão mais ligadas a direcionar as diferentes partes do fronte para locais específicos dentro do mapa. Além disso, você ainda conta com uma quantidade limitada de pedidos de reforços, que tanto podem vir na forma de mais tropas, quanto na de um portentoso ataque aéreo (cujo alvo é escolhido por você).

A todo o momento você ainda receberá ordens e avisos do seu superior através de mensagens de áudio — vale dizer, entretanto, que a frequência constante desses avisos pode acabar enchendo um pouco os veteranos.

Movimento e riqueza histórica

Order of War não é fiel à história apenas na narrativa dos eventos. Os próprios campos de batalha apresentam aqui uma riqueza de detalhes que é fruto de exaustiva pesquisa histórica. Essa variação toda começa pelas cidades destroçadas pelo Terceiro Reich, passando até mesmo aos diferentes estilos arquitetônicos encontrados dentro de um mesmo país.

Detalhes e riqueza arquitetônica
Esse detalhamento todo ainda é favorecido pela ação dinâmica e realista dos campos de batalha. A extensão territorial que tomam as batalhas ainda é algo que beira o absurdo; você poderá posicionar a câmera tanto em um ponto extremamente elevado, para em seguida aproximar tanto que se pode divisar a algibeira de um soldado.

Como uma terceira opção (designada especialmente para jogadores novato, aparentemente), o jogo inclui uma câmera cinematográfica, que escolhe aleatoriamente vários pontos do campo de batalha, em um estilo que lembra bastante as câmeras do Resgate do Soldado Ryan.

Embora a campanha americana não vá assim tão longe em Road to Paris, a demonstração traz uma boa oportunidade para se conferir o que, afinal de contas, pode existir de diferente na abordagem da Wargaming.net. Quer dizer, RTS não é algo novo, e a própria Segunda Grande Guerra já deu as caras em um sem número de jogos dos mais variados estilos.

Bem, de maneira geral, pode-se dizer que Order of War aposta em um terreno perigoso; um terreno que tem sido desbravado por várias franquias atualmente (como Forza Motorsport, por exemplo), que representa a ideia de agradar ao mesmo tempo um espectro consideravelmente amplo de jogadores, do mais novato até o sujeito calejado no gênero.


Dessa forma, enquanto os comentários e diretivas constantes dos superiores podem acabar desanimando um pouco os veteranos, as questões de logística e tática podem afugentar um pouco o iniciante (sobretudo nos níveis mais difíceis) — embora a precisão histórica dos gráficos e da narrativa possa agradar a ambos. Mas, de qualquer forma, a política “em cima do muro” do hit russo pode mesmo acabar dando certo.

Order of War deve aparecer na sua versão final dia 22 de setembro.

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