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Blur

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O que acontece quando Project Gotham encontra Mario Kart?

Mario Kart é provavelmente uma das franquias mais “inspiradoras” da história dos videogames. Quer dizer, ao longo dos anos, não foram poucos os ícones conhecidos e desconhecidos a praticar uma alquimia desvairada em torno da mecânica “corre-atira-corre” de Mario e Cia. É claro, em sua maioria, esses títulos todos carregavam um inegável status infantil.


Mas isso está prestes a mudar. Que tal substituir os minúsculos karts pilotados por figuras caricatas por carros fielmente retradados? Ou, ainda, trocar os consagrados cogumelos e cascos de tartaruga por pulsos eletromagnéticos e violentos “boosts” de velocidade?

Pois é, exatamente essa é a idéia da Bizarre, que resolveu dar uma guinada e mudar a direção adotada em títulos de sucesso como Metropolis Street Racer e Project Gotham para abarcar alguns elementos mais... beligerantes, por assim dizer.

Tá aí uma coisa que não se vê todo dia

Project Gotham armado?

“O que me espera então é um Project Gotham com armas?” Sim. E não. É inegável que vários elementos foram devidamente reaproveitados dos sucessos da Bizarre. Até porque, tendo uma franquia de sucesso nas mãos, quem tentaria algo totalmente novo? Quer dizer, não se mexe em time que está ganhando... mas ninguém disse nada sobre uma eventual mudança.

Metropolis e Project Gotham certamente trouxeram, cada qual à sua maneira, uma verdadeira epítome do estilo mais hardcore de corida. Isso é inegável. Entretanto, a palavra-chave por trás do desenvolvimento de Blur parece ser outra: acessibilidade. Aparentemente, a Bizarre anda querendo atrair um nicho um pouco mais variado de fãs de corrida.

...e toda a estratégia que um PEM puder conceder
Basicamente, Blur deve ser esse jogo. Segundo os desenvolvedores, a idéia central parece tanto ser a de tornar as corridas mais emocionantes, quanto a de acrescentar um grau a mais de estratégia — elementos que consideram ausente no gênero já há algum tempo.

Isso porque, segundo a desenvolvedora, a curva de aprendizado dos jogos de corridas não seria exatamente acentuada. E, uma vez que os mecanismos básicos tenham sido apreendidos, não restariam lá muitas possibilidades para que alguém se tornasse um verdadeiro mestre. Assim sendo, as noras armas seriam esse efeito diferencial. Certamente é um belo argumento.

Blur então deve surgir para unificar a emoção das corridas mais realistas e as possibilidades estratégicas encontradas no manejo de armas de Mario Kart, o que deve trazer uma imensidade de novas possibilidades a serem experimentadas pelos pilotos. Isso, é claro, representa um rompimento ainda mais evidente com a precisão quase científica de jogos como Forza Motorsport e Gran Turismo.

Velocidade fora-da-lei

As corridas em Blur estão realmente muito longe da legalidade. Até aí nenhuma novidade. Entretanto, pode-se dizer que aqui essa ilegalidade é bastante original, retratada ainda de uma forma bastante convincente.

Basicamente, as corridas aqui são ditadas por “flash-mobers”, que são grupos que se apropriam em massa e rapidamente de um local urbano para promover corridas altamente improvisadas. Isso fica bastante claro na construção do percurso: saem de cena as clássicas barreiras de Project Gotham; agora todo mobiliário público estará à sua mercê — podendo, inclusive, ser totalmente explorado durante as corridas.

Mais ilegal do que nunca

Já o trajeto é todo demarcado às pressas com colunas de madeira, sendo possível até mesmo contemplar o trânsito congestionado das cidades atrás dos bloqueios improvisados. E, complementando a sensação do “faça você mesmo”, entram em cena os fachos de luz, que servem para demarcar os cantos da pista.

Naturalmente, toda essa algazarra com o bem público exige uma atuação o menos óbvia possível. Assim sendo, as corridas em Blur sempre são realizadas com parcial ou total ausência de luz natural — o que serve para acentuar a estética em neon dos gráficos.

“Tunados”, latas velhas, carros de corrida, etc.


Entretanto, luz não será propriamente um problema, já que, além da iluminação pública, até 20 carros podem disputar uma única corrida. Entre estes, os mais variados tipos de veículos sobre quatro rodas.

Enquanto que carros “tunados”, de corrida e para drift podem representar as escolhas mais óbvias, as opções não devem se resumir a isso. “Rat cars”, por exemplo, são verdadeiras sucatas que colocam o desempenho em um patamar mais elevado que a estética, enquanto que o bom e velho “carrinho da mamãe” também deve marcar presença, trazendo linhas simples e despretenciosas.

Bonitos, feios... todos vão acabar destruídos mesmo!
É claro, após algumas voltas correndo em pistas entulhadas de carro, a estética já não deve ser realmente um diferencial. Isso porque o novo sistema de danos da Bizarre — que se encontrava em uma forma ainda bastante limitada em Project Gotham — promete capôs voando e latarias amassando nos momentos mais dramáticos da corrida.

Saem os cascos de tartaruga, entra o PEM (pulso eletromagnético)


Sim, existem armas em Blur. Não você vai, a princípio, utilizá-las da mesma forma como fazia em Mario Kart. Em primeiro lugar, porque esses artifícios extras não devem servir para quebrar o balanço das corridas — o que poderia simplesmente colocar a velocidade em segundo plano.

Basicamente, os recursos extras (não necessariamente armas) podem mesmo ajudar vez ou outra, mas sem ditar o andamento de uma corrida (o que, convenhamos, acontece muitas vezes em Mario Kart). Conforme já dito, a idéia é acrescentar mais estratégia às corridas. Até porque, um escudo de energia estará sempre disponível, embora precise ser recarregado.

Inicialmente, você terá apenas dois espaços (“slots”) para colocar as armas coletadas através das pistas (embora outros sejam liberados conforme o jogo progride). Nada de muito excêntrico aqui, entretanto.

Um forte pulso eletromagnético servirá para jogar os adversários para fora da pista, enquanto que “Barge” emite uma explosão lateral que manda os adversários próximos pelos ares. E, é claro, existe o bom e velho nitro, que traz uma oportuna explosão de velocidade, entre outras possibilidades.

Cada arma será acompanhada por um som fiel e imediatamente reconhecível. Enquanto que um “tique” prenuncia uma mina, um ruído grave indica uma onda elétrica a caminho. Basicamente, trata-se de um bom adereço, que complementa muito bem os visuais bastante decentes de Blur.

Mario Kart mais adulto? Será que funciona?

No mais, Blur ainda deve trazer uma interface de usuários amigável e tremendamente inspirada em sites de interação social, como o Facebook. No modo para um jogador, por exemplo, os próximos objetivos são deixados na forma de mensagens para os outros competidores.

Blur realmente promete trazer o pleno desenvolvimento de vários pontos iniciados nos títulos anteriores da Bizarre. Entretanto, o nova inspiração Mario Kart pode acabar representando um rompimento com a patota mais hardcore que acompanha os lançamentos da empresa a mais tempo. Quer dizer, será que isso tudo vai mesmo funcionar de forma harmônica? Novamente, o negócio é esperar para ver.

Blur tem lançamento previsto para o final desse ano.

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